sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Capitalismo e contracultura

(ou Há neste bosque encantado um dragão que se alimenta de matadores de dragão)

dois trechos de artigo do The Economist que recebi por imeil, traduzidos pelo remetente... fala o artigo sobre o pós-modernismo e o discurso do capital que especializou-se em transformar a rebeldia em produto e absorver a contracultura...

"e então Deus criou os hippies de boutique"
Apocalipse 10:15 - apócrifos

é interessante pensar nisso antes de erguer qualquer bandeira do tipo "nós somos da contracultura". nós não somos. no máximo nos movimentamos pela nebulosa fronteira entre quem comanda e quem protesta, como os bufões das cortes renascentistas. mas uma vez q o próprio pós-modernismo embaralhou os territórios de ambos os lados da fronteira, fomos lançados em uma rede complexa de estratégias de poder, algo que obedece às leis da mecânica que tratam dos fluidos e não dos sólidos. tudo o que se discutiu sobre midia tática reconhece o uso dos recursos do inimigo... mas como saber quando estamos dispondo de uma tática ou fazendo concessões?


---------- Forwarded message ----------
Date: 08/11/2007 11:34
Subject: [encontro] Post-modernism is the new black

Dois trechinhos:
"Os pós-modernos escreveram sobre praticamente tudo na sociedade -
literatura, psicologia, punição, sociologia, arquitetura - exceto
economia. Isso talvez fosse meio esquisito, visto que escreveram durante o
mais longo boom econômico da história européia e no nascimento da cultura
consumista. O único pós-moderno que tentou, tarde demais, lidar com essa
ironia foi Foucault. Em uma de suas últimas palestras, em Janeiro de 1979,
quatro meses antes de Margaret Tatcher chegar ao poder na Grã-Bretanha,
ele chocou seus estudantes ao mandá-los ler os trabalhos de F.A. Hayek se
quisessem conhecer "a vontade de não ser governado".Hayek foi o guru da
Lady de Ferro."

"O marketing moderno conscientemente cooptou as ferramentas do "discurso"
pós-moderno para vender mais coisas. Marcas como a Nike explicitamente
adotaram atitudes rebeldes para suas campanhas publicitárias. Assim o
capitalismo emprega a crítica que foi feita para destruí-lo."

http://economist.com/world/displaystory.cfm?story_id=8401159

4 comentários:

1 z e r 0 disse...

(ou Há neste bosque encantado um dragão que se alimenta de matadores de dragão)

p quem sabe ler... um pingo eh noz moscada!!!

(ou Há neste bosque encantado um dragão que se alimenta de matadores de dragão)

foucault eh o (mr) catra!

Bruno Cave disse...

é meus caros, os hippies de boutique vieram. E para ficar. Na verdade, essa praga é ainda mais antiga do que os próprios hippies. Explico: Nos anos 50 existiam os falsos Beats! depois vieramos falsos hippies, os falsos punks os falsos reggaeiros. Acredito q hoje existam até os falsos Emos! hehehhe Não adianta tentar separar o joio do trigo. Por q no fim sempre vai ter alguém mais hippie q a gente q vai dizer q agente é q é hippie de boutique!!!!
Enfim, Lavoremos con lenteza!!

bernardo.vianna disse...

não foi esse o sentido... não existe mais ou menos hippie... assim como não existem hippies... só há transgressão quando o controle permite... o dragão come tudo

Bruno Cave disse...

Novamente eu concordo.
Usei o hippie como um exemplo de contracultura.
Mss sempre me lembro de q se o Dragão é o capitalismo aquele q mata o dragão nada mais é q um dragonete. Posto q nasceu no seio do dragão.
Mas B o sistema tentou impedir sim. é q ele percebeu: se não pode vencê-los...
Entretanto lá no fundo o sistema preferiria q a contracultura não existisse.